15.11.08

Gravando pianos e pedindo patrocínio em motéis



meu, se você quer histórias pra contar, arrume um projeto. de preferêcia um projeto difícil de ser realizado, com pessoas de outras áreas envolvidas e que envolvam tecnologias que vão se voltar contra você. hoje eu tenho duas histórias para contar. uma é triste e a outra é feliz. vou contar a ruim primeiro, pra deixar um ar leve depois que vocês acabarem de ler.


foi assim: combinamos de nos encontrar com alguns alunos da música para nos ajudarem a captar o piano que serviria de tema musical para nossa radionovela, às 2h da tarde. uma menina ia tocar e um cara ia gravar pra gente. ele trouxe todo o equipamento dele e tal. eu já tava me sentindo super inútil pq as aulas de áudio não serviram para nada, nem pra mim, nem pra ninguém. então eu estava lá pra segurar cabos e montar stand de microfone. nem isso.

conseguimos uma sala grande, com piano de armário e um som de ar condicionado MUITO alto. tudo estava funcionando perfeitamente, mas tinha o maldito ruído, do ar condicionado da sala de baixo que não podíamos desligar (a sala de baixo é o auditório do insitituto, onde a única coisa que funciona direito é o ar, o que o torna a sibéria). então resolvemos mudar de sala. tiramos um menino de uma sala menor, com "isolamente acústico" e um piano de calda. tudo perfeito, sem ruídos, um piano melhor. MAS o maldito equipamento não funcionava! o notebook não conversava com a mesa de som e, nos únicos santos mintuos em que isso aconteceu, o resto do equipamento não conversou com o microfone. foi um inferno. quando eu saí de lá, às 7h30 da noite, ainda não tínhamos gravado nada. recebi notícias de que só desistiram às 9h da noite. ou seja, SETE horas numa mini sala, calor, equipamento que não funcionava e muita, muita frustração.

só tenho uma explicação para tudo isso: HAL 900 realmente existe!


pra compensar, no dia seguinte fui ver locações para o filme em que estou trabalhando (quando o blog ficar mais pronto, eu ponho o link aqui pra vocês verem). precisaríamos ver parques, praças, ruas movimentadas, companhia de luz que sempre patrocina tudo e motéis. passamos em 4 motéis cujos donos ainda não estavam e, portanto, não poderíamos conversar direito, fomos em um parque municipal grandão, fomos na companhia de energia e depois pegamos a avenida saindo da cidade, onde tem 7 motéis de cada lado da estrada. passamos em uma, dono não tava. na seguint colada à primeira, havia outra, o desert inn.

a recepcionista disse que chamaria o dono e falou para esperarmos no estacionamento. logo apareceu um velho nogentíssimo: barrigudo de cerveja, camisa aberta mostrando os pêlos do peito, uma cor e uma cara de drogado. e falava muito e não nos deixava falar. explicamos que é um curta universitário com uma cena num motel, que queríamos patrocínio, que colocaríamos o nome da empresa nos créditos do filme, no folder e no blog do projeto. o cara veio dizendo que podíamos usar o melhor quarto do motel por 12 horas, que podíamos aproveitar que estávamos lá pra usar a piscina e que podíamos pedir qualquer coisa que precisássemos. além disso, ele fez uma piada racista sem nem nos conhecer (por sorte, éramos 3 brancos e uma coreana, segundo ele, japonesa). deixamos a carta de patrocínio com ele na saída. e, quando fomos apertar as mãos para nos despedir na sala dele (onde tinha uma garrafa de vodka em cima do armário), ele abraçou a pobre coreaninha e deu um beijo na testa dela. sim. é essa reação que você tem que ter.

enfim, fechamos o contrato, mas estamos achando - e até meu pai acha - que ele pensa que vamos filmar um filme pornô (pô, 12 horas num quarto fechado??), fazer uma suruba lá dentro e que vamos pagar pelo quarto. acho que vamos ter que explicar algumas coisas melhor pra ele... mas, enfim, arrumamos uma locação! uhul!

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