25.3.07

Dançar é terapêutico.


Rever velhos amigos, na verdade não tão velhos assim, também.

19.3.07

Pesadelos e Trincheiras

Eram tempo de guerra. Passavam-se noites nas trincheiras, esperando ataques. Há dias não dormiam. Estavam todos exaustos. Tudo cheirava à carne podre dos cadáveres que adubavam a terra. Estavam cobertos de poeira, lama endurecida, sangue e suor. Lamentavam a perda de muitos. Alguns pensavam em se perder, só para fugir dali.

- Max, eu quero morrer.

-Eu só queria sonhar de novo, Leo. Há dias que não durmo, tenho pesadelos acordado.

- Isso tudo é um pesadelo.

- Só queria dormir...

O desejo de um era o mesmo de muitos.

Sonhar...

Cadáveres levantavam-se ao longe, deixavam escorrer a poeira como se fossem livros velhos tirados das prateleiras pela primeira vez em muitos anos, e marchavam em direção à trincheira. Max foi em direção à sua arma, pensando em como conseguiria matar um morto. Funcionava nos videogames.

- O que está fazendo? - indagou Leo Confuso.

Mas não era Leo. Ele tinha se transformado. Eram seus traços, mas seus olhos estavam saltados, sem pálpebras, seus dentes arreganhados, suas pele podre, descascando sore o rosto.

- Você é um deles! - gritou em terror.

- Max! O que está dizendo?!

Max olhou ao redor. Os outros soldados agora os observavam. Eles também estavam putrefeitos. Suas fardas rasgadas mostravam ossos entrelaçados à carne de seus braços, cabelos ralos e terríveis olhos sem pálpebras. Totalmente redondos, prontos para saltarem da face. Lábios soltos mostrando dentes amarelados. Era horrível. tudo era asqueroso.

Max permanecia estático com as mãos segurando a arma como se fosse seu filho primogênito. Tremia todo, olhava para todos os cantos. Seus colegas soldados mortos vinham cada vez mais para perto. Lá fora, os cadáveres caminhavam lentamente em sua direção, derrubando terra e sangue endurecido a cada passo pesado. Leo o olhava nos olhos, tentando o acalmar. Aqueles terríveis olhos...

A arma estava carregada. Em quem deveria atirar? Não tinha balas o suficiente para todos os seus inimigos. E se não morressem, mortos como estavam?

Olhou para as próprias mãos. Estavam sujas, cobertas de sangue alheio, machucadas, mas inteiras. Ainda estava vivo.

E fácil de matar.

Leo ficou atônito quando os miolos de seus companheiro o atingiram no rosto. Os demais soldados também cessaram sua aproximação, horrorizados.

Por um intante, mantiveram-se quietos.

No instante seguinte, após fazerem o sinal da cruz, atiraram-no para fora da trincheira. Mais um defunto vítima da guerra.

15.3.07

O Vinicius de Moraes tem tantos poemas bonitos e os livros de literatura trazem só o Soneto da Separação, que só não é mais chato que Fernando Pessoa.

11.3.07

Finge de Morto!


Meu cachorro pensa que é uma pessoa. E ele fica triste quando fica sozinho em casa. É bem aquela coisa de filme ou livro que quando a gente chega em casa ele fica todo alegre, pulando e tal (sorte que ele é pequeno, um lhasa). E quando saimos ele fica tão triste, tão triste, que eu fico com vontade de não ir só pra deixá-lo mais felizinho. E ele faz cara de triste. É horrível, parece que ele vai morrer.

Desde quinta estamos só eu e meu pai em casa e ontem fomos na formatura do meu primo. Então depois de umas duas horas me arrumando, resolvemos sair. Só que precisamos tirar o cachorro de dentro de casa, pra ele não fazer bagunça enquanto estivéssemos fora. Depois de chamá-lo várias vezes, fui procurá-lo. Ele estava deitado na sala, todo triste. Então eu o puxei com o pé e ele caiu para o lado. Então eu continuei tentando acordá-lo e nada. Então eu chamei meu pai. Aí nós ficamos tentando ver se ele tinha realmente morrido. Juro, o coração dele não estava batendo e ele não estava respirando. Pra mim, ele tinha morrido. Fiquei toda preocupada com o que eu ia contar pra minha mãe (o cão é dela), pros meus irmãos, pensando se a gente ia ter que ficar em casa para enterrá-lo e íamos perder a festa... Num monte de coisa.

Aí meu pai fala: "Olha, ele tá respirando!" E ele realmente estava respirando! Então eu virei para lavar minha mão e o cachorro levantou!!! Ah! Bicho safadoooo!!!

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Aliás, diminuíram o ar no cursinho. Acho que alguém reclamou na coordenação.

5.3.07

Imagine um lugar frio. Gelado como o Ártico ou como o inferno, se na Bíblia estivesse escrito que o inferno fosse frio. Agora imagine cadeiras grudadas umas às outras, enfileiradas, com pouco espaço para andar entre eles. A sala é pequena. Não há mesa que separe as cardeiras da lousa e o professor fica sobre um palco. É preciso lutar para prestar atenção às 6 palestras diárias, enquanto se contorce de frio. Os professores são excelentes. As aulas aliás, seriam ótimas, não fosse o frio.

Odeio ar condicionado.

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Lembrar de só ir ao cursinho de saia se for com meia três quartos e sempre - SEMPRE - trazer agasalho.

1.3.07

Depois de 3 meses intermináveis de férias, eu estava com uma louca vontade de voltar a estudar. Sério. Mas aí, eu tirei alguns dias da semana passada pra passear em São Paulo com a minha irmã. Aí bateu aquela vontade de continuar de boa na vida, sem fazer nada, só rodando, vendo museus e gastando dinheiro... Ah... Vida boa.

Bom, o cursinho começa amanhã. Não sei nem em que sala eu tenho que estar nem o que faremos amanhã (na verdade não começa na sexta - data horrível - isso são só preliminares pra conhecer os professores e os colegas e tal. eu estou indo porque sou muito nerd. e porque eu não iria estar fazendo muitas outras coisas se ficasse em casa).

Ontem eu fui dormir num horário decente (00:00), pra poder acordar "cedo" (umas 10:00), mas não consegui pegar no sono e lá pelas 5h meu cachorro começou a latir e eu comecei minha maratona de levantar pra deixá-lo entrar ou sair do quarto (impossível dormir com portas abertas). Assim, acordei às 13h de novo... Vida dura... É difícil levantar da cama quando vc não tem absolutamente nada pra fazer.

É, a vida boa acaba hoje.